quinta-feira, 19 de maio de 2016

o relógio da partida

hoje não vou ficar
não sei que hora
talvez, vá voltar.
mas se vc quiser
pode ligar;
vou deixar a saudade atender
e, quem sabe, te contar
todas histórias que vc
teima em esquecer.

e toda culpa q recair
sobre meus ombros
vou carregar
como o fardo da minha vida
enquanto sorrio por dentro
e vejo o bem q fiz
em te deixar partir.

sábado, 14 de maio de 2016

MatinaL

na profundeza
dos teus pequenos olhos
encontro-me pra'li ficar.

não quero a despedida
meu corpo clama por mais
até o sol nascer no dia seguinte.

e que a tua voz
chame pelo meu nome
enquanto nos perdemos em nós

no nosso delírio
e a plenitude
dos nossos corpos.

domingo, 13 de dezembro de 2015

{su}surra

toda
a noite ouço
o que deveria
se calar.
se meus olhos
se fecham à
claridade
procuro-me embaçar
em frias carnes,
ao meio-dia
nas entranhas
corroídas
à mofar.

à nau q me navega
ao outro lado
do rio,
deixo minhas condolências
de q ainda vou ficar,
por estes lados da curva
em um breve dia
sem nuvem ou chuva
q me afogará.

domingo, 25 de outubro de 2015

aqui dentro jaz [ lá fora jazz ]

tb entro nessa onda
de acordar tão tarde
ouvir um jazz
tomar um café.

enquanto o dia corre
lento e sem descanso
no passo q morre
calmo e brutalmente manso.

tu pede um beijo
eu exijo teu corpo.
tu acende o cigarro
te beijo mais um pouco.

nessa triste distância
a bateria me conduz
e entre a pesada batida
calmamente tu me seduz.

cada um diz o que quer
mas não me importo em ouvir.
prefiro músicas quaisquer
do que bulhufas por vir.



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

[re]{vira} volta

as entranhas
alimentam-se
da mesma carne.
o ego
sucumbe
ao mesmo fracasso.
os loucos
viajam
nas mesmas paranóias.
nossos corpos
transcendem
no mesmo êxtase.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

-re-torno

ao contrário do que diziam
caminhar de mãos dadas
às tuas atadas,
o toque simples dos dedos
tuas digitais na minha pele arranhada
libertava.
por outro lado, teu sentimento de toque
tua cor, teus olhos
em estado de choque
murmuravam alegria. expeliam saudade
clamavam um retoque
nas palavras proferidas
no singelo rebote
do meu olhar.

ah, teu ar
q me faz vagar, perdidamente
emaranhando meus passos nas linhas curvas das tuas costas.
dedo a dedo, sinto o sentido de estar calado
apenas calado, sinto a liberdade de ti.
ah, o próximo dia
o próximo ano
nem importância tem.

ainda fujo. pra dentro.
retorno à tua ladaia.
hipnotiza-me com tua lucidez
eu,
sem sensatez. eu?
até quando?

até o dia.
raiar em chamas.
até a noite.
findar(-se).
corro como se fosse pra trás
sem olhar adiante
só pra ter teu olhar
como meu guia
radiante.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

herança

na saudade
saúdo
a eternidade.

na catarse
me entrego
à insanidade.

à morte
deixo apenas
lembrança.

e ao resto,
o q sobrou
da minha confiança.